sábado, 25 de junho de 2016

Aqui começamos a dar o início ao trabalho com os Guerreiros do Restelo.
Mica Pinto; André Sousa; Mário Palmeira.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Atleta é um FORMULA 1

- Este é um tema ao qual eu me debato desde muito na minha vida profissional. Em qualquer área profissional, não se pode (ou não se devia), deixar cair em comodismos. Eu próprio tenho as minhas rotinas profissionais, como qualquer outro ser mortal. mas como já referi anteriormente em outros assuntos, que "o bom profissional, é aquele que tem o conhecimento das suas próprias limitações". Por isso a cada etapa/tarefa que os meus conhecimentos profissionais são solicitados, tento sempre ao máximo reduzir as minhas limitações, logo com esta atitude, consciente ou "inconscientemente", não caio na monotonia profissional.
No que vou falar daqui para a frente, o leitor poderá interpretar que só me refiro ao atleta de futebol, o que não e verdade, só utilizo o atleta de futebol porque é um exemplo ao qual eu posso falar com melhor conhecimento de causa. Pois respeito e admiro muito todas as outras modalidades desportivas.
- Quando eu digo que para mim um atleta tem de ser considerado como um F1, é uma realidade, porque não é só realizar os exames médicos de pré temporada, etc... A cada treino; sessões de trabalho individual; jogo, o atleta deve ser ouvido pelo departamento clínico que o acompanha, a fim de se chegar ao melhor do próprio atleta, como debelar algum sintoma menos bom que ele nos possa relatar (como um piloto de F1 faz com os seus mecânicos e restantes membros da sua equipa). Atrás de um atleta, está presente um ser humano, não sendo profissional tem o seu desgaste físico, sendo profissional, o seu desgaste acaba por ser em grande percentagem muito elevado, pois o esforço físico acaba por ser diário. Muitas vezes não controlado.
- Muitos treinadores, a treinar em Portugal ao mais "alto nível", queixam se muitas vezes do desgaste físico da sua equipa. Se por exemplo, tiverem um jogo a 4ª ou 5ª feira, e forem jogar no Domingo seguinte, os treinadores comentam sempre o mesmo: "a equipa não teve tempo de recuperar" (algo muito escutado no nosso país, que até já se acha normal e ninguém fala o contrário). O que eu critico em muito essa falta de profissionalismo "nesse campo", isso só demonstra o quão mal se trabalha. Tive a possibilidade de trabalhar numa equipa de ciclismo profissional Espanhola, em que "um" ciclista faz 220km num dia, no dia seguinte realizam mais 180; 190; ou mesmo 200km, isto por vezes 4 dias ou mais seguidos. O segrego, chama-se TRABALHO, pois no fim de cada etapa os ciclistas são submetidos a um trabalho de recuperação excepcional.
No nosso futebol ao mais alto nível, 98% das equipas trabalham como amadores(no que diz respeito a recuperação). Por exemplo: se as equipas jogam em casa, no final do encontro só é realizado os primeiros cuidados, toma- se o duche, e ok, tudo pronto para se enfiarem dentro dos carros e regressarem a suas casas, porque na maior parte dos casos só há regresso ao trabalho na tarde do dia seguinte (raramente na manhã seguinte). É claro que com estes procedimentos os níveis de recuperação dos atletas, são medíocres. Agora realizar um bom trabalho de recuperação dos atletas dá TRABALHO, mas também dá SUCESSO! Como se recordam dos 190 e 220km que falei dos ciclistas, em dias consecutivos, também se recordam de ver no final de muitos encontros ou nas substituições, que o atleta de futebol (X) fez 8 ou 10km em todo o encontro de noventa e poucos minutos, e passado 3 ou 4 dias temos os nossos treinadores a falar que têm os atletas cansados, porque não houve tempo de recuperação. Irónico mas real!
É óbvio que não são os treinadores que se devem ocupar de toda a recuperação dos seus atletas, mas sim todo o conjunto médico que se encontra nos bastidores. Pois a equipa não é só treinador e jogadores, mas sim todo o seu staff, técnico e clínico. O sucesso aparece com trabalho, e manutenção periódica/permanente dos seus F1. Um atleta bem fisicamente, com todos os seus índices físicos e emocionais em cima, é realmente um outro atleta.
- Em muitos casos nos nossos clubes, com a falta de acompanhamento aos atletas (alguns deles com nomes bem conhecidos no nosso futebol e na Europa), e com o decorrer do tempo, aparecem as queixas dos atletas junto do seu departamento clínico. E que em muitos casos, alguns profissionais na área da saúde já não os conseguem resolver num curto espaço de tempo. O que seria evitado se o acompanhamento fosse permanente. Quem paga esta factura, é o atleta que se depara com uma paragem prolongada, prejudicando a sua carreira (em muitos casos), e não por culpa própria, mas sim de outros intervenientes ou não intervenientes, como preferirem!
Na área desportiva, aplica-se o termo Fisioterapia Desportiva nessa área de Reabilitação e não só Fisioterapia(há-de ser por algum motivo, e não por acaso).

- Numa próxima postagem aqui no BLOG, vou falar como se pode ver ou controlar os índices físicos dos atletas, sem que sofram grande desgaste físico. Igual ao F1 que vemos e admiramos sempre o seu desempenho e que todos os anos nos surpreendem a todos.

Possivelmente, muitos leitores estão a comentar: isto não é nada de novo. Eu respondo, se não o é, porque não o aplicam?!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Rotura Parcial do LCA



LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (ROTURA PARCIAL)

A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) continua a ser um grande desafio á comunidade ortopédica.

Diagnóstico precoce, avaliação e tratamento são constantemente discutidos na literatura, sem que se observe concordância entre os autores, principalmente no que se relaciona à interpretação e prognóstico dessas lesões.

A pesquisa de esclarecimentos a essas divergências incentivou-me a estudar, e neste capitulo ajudou me a um melhor conhecimento de lesões no LCA, principalmente a lesão definida como parcial, pouco abordada na literatura, com interpretações e resultados conflituosos.

É óbvio, que muitas das lesões ligamentares em atletas profissionais, são na realidade de extrema gravidade. Mas como já referi em textos anteriores, não podemos olhar para cada uma delas de forma igual, ou seja: encarar como mais uma lesão e dar a tal receita de “bolo”.

Em muitas situações de roturas parciais do LCA, tenho observado muitos especialistas na área da saúde relatarem como única solução e sem qualquer tipo de hesitação a cirurgia como única alternativa. (nem todos os casos devem ser direccionados para essa “única saída”)

O que eu discordo por completo, e acho que não tem mal nenhum tentarmos evoluir um pouco mais na medicina desportiva.

Relato isto com exemplos práticos. Quando um atleta veio ao meu encontro, fazendo se acompanhar de exames médicos (RM), e apresentava algum desespero. Pois tinha sido observado por um profissional da saúde, que vendo os mesmos exames que eu vinha a observar mais tarde, o médico tinha lhe dito sem qualquer dúvida que ele teria de ser submetido a uma intervenção cirúrgica. (o que implica sem duvida uma longa paragem para o atleta). Quando eu vi os mesmos exames, realizei alguns testes, falei com o atleta e propus lhe um protocolo de tratamento de 8 semanas (com a ajuda da MESOTERAPIA). O atleta aceitou de imediato o protocolo que lhe propus, e avançamos para o trabalho. Ao fim da 7ª semana, o atleta foi aconselhado a realizar um novo exame a fim de observar o processo evolutivo da recuperação. O resultado da 2ª RM, foi o oposto da 1ª, enquanto no primeiro exame vinha declarado uma rotura parcial do LCA, na segunda não era mencionado qualquer lesão no LCA, aqui o mérito também vai para o atleta que assimilou muito bem o protocolo traçado. (o protocolo consistiu basicamente na administração de fármacos com a ajuda da MESOTERAPIA, em que aceleram o processo de cicatrização dos tecidos).

Este meu relato deve se simplesmente ao fato de: não vamos submeter o corpo a uma intervenção cirúrgica por tudo e por nada. Para tudo é preciso crescer e evoluir, e o bom profissional, é aquele que tem o pleno conhecimento das suas limitações(não há ninguém que não as tenha!). Digo isto com alguma tristeza, porque tenho observado muitos atletas sujeitos a diagnósticos e tratamentos menos próprios para as suas patologias, nos seus próprios clubes.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Anatomia do Joelho

O joelho é uma articulação intermédia do membro inferior, e tem uma das principais funções da locomoção humana. É muito importante ter um completo conhecimento desta articulação, o que requer um esforço combinado de diversas disciplinas, tais como: anatomia, biomecânica, fisiologia, cirurgia e em especial a cirurgia ortopédica.

O joelho é uma articulação móvel e estável. Como construção anatómica, está constituída por duas articulações funcionais, a articulação fémoro-tibial (AFT), e a articulação fémoro-patelar (AFP), que permite a flexão e extensa, assim como a rotação quando está flectida, o que lhe permite aproximar ou afastar o extremo do membro da sua raiz, ou seja, regular a distancia que separa o corpo do solo. Essencialmente, esta articulação trabalha comprimida pelo peso que suporta.

Passando um pouco a frente, os meniscos providenciam um pequeno incremento da estabilidade, uma vez que eles mesmos são instáveis. A estabilidade do joelho, depende em grande parte dos tecidos moles, ligamentos, cápsula e músculos. Esta articulação é uma das mais flexíveis do corpo humano. A função adequada está intimamente relacionada com a integridade ligamentar.

Nos compartimentos interno e externo da articulação existem os meniscos fibrocartilaginosos. O ligamento cruzado anterior (LCA) previne o excessivo deslizamento da tíbia em relação ao fémur, o ligamento cruzado posterior (LCP) previne o excessivo deslizamento posterior da tíbia em relação ao fémur. A rótula potencia o efeito do músculo quadricipital. Este musculo e as suas expansões tendinosas contribuem grandemente para a estabilização e função do joelho. A indicação clínica mais precoce de uma lesão no joelho é a atrofia.

Do ponto de vista mecânico, a articulação do joelho deve conciliar dois imperativos contraditórios:

- Possuir uma grande estabilidade em extensão completa, posição na qual suporta pressões importantes devido ao peso do corpo e a longitude do braço da alavanca.

- Permitir uma grande mobilidade a partir de um certo grau de flexão, a qual é necessária na corrida para óptima uma orientação do pé em relação com as irregularidades do solo.

Estas contradições tornam se possíveis de resolver mercê dispositivos mecânicos engenhosos.

A estabilidade reduzida do acoplamento das superfícies articulares, condição necessária para uma boa mobilidade, expõe a articulação as lesões.

A maior parte das artroses pós-traumáticas em indivíduos de meia idade ou mais idosos resulta de desarranjos menores dos tecidos moles, em especial os meniscos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O que é a Fisioterapia Desportiva

FISIOTERAPIA DESPORTIVA

A Fisioterapia, ou reabilitação, é um programa dinâmico de exercícios prescritos para prevenir ou reverter os efeitos deletérios da inatividade enquanto o indivíduo recupera seu nível precedente de competição. Diferentemente da reabilitação convencional, na qual o retorno completo da função poderá não ser possível, a reabilitação atlética combina o exercício e as modalidades terapêuticas com a finalidade de restaurar os atletas ao seu nível normal de atividade. A reabilitação atlética não inclui apenas a restauração completa do desempenho irrestrito, mas se esforça também para um nível de condicionamento maior do que o nível que o atleta possuía antes da lesão. Terá que levar em conta força muscular, potência, flexibilidade e resistência (endurance), assim como equilíbrio, propriocepção, momento apropriado e desempenho cardiovascular. Cada programa de reabilitação deve ser individualizado de forma a atender as necessidades individuais de cada atleta.

A fisioterapia desportiva, ou reabilitação atlética abarca principalmente a restauração das estruturas músculo-esqueléticas traumatizada. Só raramente uma lesão é tão leve a ponto de tornar desnecessária alguma forma de reabilitação, e, como regra, quanto mais séria for a lesão, mais prolongada e necessária será a reabilitação. A eficácia da fisioterapia no período de recuperação, tanto após uma cirurgia quanto após um traumatismo, geralmente determina o grau e o sucesso da futura competição atlética. Além do mais, as lesões sofridas durante a participação atlética são em geral, produzidas em circunstâncias inerentes ao desporto especifico: portanto, o atleta pode ficar exposto a um traumatismo recidivante idêntico, o que torna mais provável uma nova lesão. Esse potencial para sofrer uma nova lesão torna necessário um tratamento fisioterápico exaustivo e completo.

Em qualquer lesão, ocorrem eventos fisiológicos específicos em resposta ao traumatismo. Cabe ao fisioterapeuta reduzir a gravidade desses efeitos fisiológicos, otimizar o tempo de cicatrização e devolver o atleta à competição o mais cedo possível sem comprometer seu bem-estar. Os objetivos de todo o programa de fisioterapia incluem:

1) Redução da dor;

2) Redução da resposta inflamatória ao traumatismo;

3) Retorno da amplitude activa de movimento plena e isenta de dor;

4) Redução do derrame;

5) Retorno de força, potência e endurance musculares plenas

6) Retorno às actividades funcionais assintomáticas plenas no nível pré-lesão

Tumefacção, dor e espasmo podem inibir a instituição precoce de um programa de fisioterapia. O uso de várias modalidades pode ser essencial no controle e na redução dessas respostas, permitindo ao atleta iniciar precocemente os exercícios de amplitude de movimento e de fortalecimento. No entanto, a modalidade propriamente dita nunca é considerada a cura para a maioria das lesões atléticas. Apenas através do exercício terapêutico será possível recolocar a parte ou as partes corporais lesadas em seu nível pré-lesão. Se um programa de reabilitação não for instituído em combinação com as modalidades terapêuticas, o ciclo da lesão poderá prosseguir.

O exercício precoce é essencial para a reabilitação. Os atletas podem aprimorar sua condição física em cerca de 1% ao dia , enquanto perdem de 3% a 7% de sua aptidão diariamente quando permanecem totalmente inactivos. Portanto, quanto mais longo o período de tempo durante o qual o atleta permanece inactivo, mais longo será o período necessário para completar o programa de reabilitação. O uso apropriado do exercício pode acelerar o processo de cicatrização, e a falta de exercício durante os estágios iniciais da reabilitação pode resultar em incapacidade permanente. Algumas limitações poderão ser necessárias para proteger um reparo cirúrgico ou permitir que ocorra a cicatrização adequada da lesão. As condições ideais para a cicatrização dependem de um equilíbrio delicado entre a protecção contra o estresse e o retorno à função normal no período mais precoce possível.

Cada programa de fisioterapia deve ser individualizado; não existe um programa de reabilitação do tipo “livro de receitas culinárias” para todas as lesões e que possa ser adotado para todos os atletas. Um programa de fisioterapia deve ser elaborado de forma a atender as necessidades do atleta, abordar as deficiências específicas e a levar em conta as demandas funcionais específicas do atleta para cada atividade desportiva, em vez de encaixar o atleta em um determinado plano de tratamento.

Os objectivos gerais da fisioterapia já foram mencionados. Antes de iniciar um programa de reabilitação, o fisioterapeuta, o técnico e o atleta deverão elaborar um conjunto de objectivos a curto, médio e a longo prazo baseados na lesão do atleta ou no procedimento cirúrgico realizado e na necessidade da competição. O uso de protocolos de reabilitação preestabelecidos como directrizes para a progressão do atleta através do programa de reabilitação pode ser valioso. Os protocolos deverão fundamentar-se em princípios derivados da pesquisa sobre o tempo de cicatrização e cinemática articular. Os objectivos podem ser delineados em relação à amplitude de movimento, à sustentação do peso e à progressão dos pesos nos exercícios com resistência progressiva. Entretanto, os protocolos de reabilitação são apenas directrizes e os indivíduos toleram a dor diferentemente e cicatrizam com ritmos variáveis. O avanço da reabilitação no atleta deverá basear-se na avaliação diária do fisioterapeuta quanto aos relatos subjectivos e achados objectivos. A progressão de uma fase para outra somente deverá ocorrer depois que o atleta alcançou os objectivos esboçados na fase actual.



Bibliografia:Exercício terapêutico;reabilitacion en medicina deportiva.


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Mesoterapia em medicina desportiva

Mesoterapia : microinjecções localizadas.

A mesoterapia é um acto medical que permite um tratamento localizado de uma patologia.

Consiste em múltiplas injecções intra-cutâneas numa determinada zona anatómica, de uma ou várias substâncias, destinadas a tratar a patologia em causa. As afecções que podem ser tratadas pela mesoterapia dizem respeito a regiões superficiais do organismo: pele, tecido sub-cutâneo, músculo, articulações e tendões. Existem assim indicações em medicina estética, emagrecimento, reumatologia,angiologia, medicina desportiva etc... O facto de injectar as substâncias por via local permite diminuir as doses totais, de aumentar a concentração na região anatómica desejada e evitar efeitos secundários. Aqui, vamos-nos interessar particularmente à mesoterapia medicina desportiva.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Exame médico para inicio de época desportiva

Jesus Navas (Sevilla FC), no exame desportivo.


Horácio Guerreiro, num dos exames antes do inicio da época desportiva.
O electrocardiograma é um exame médico na área de cardiologia onde é feito o registo da variação dos potenciais eléctricos gerados pela actividade eléctrica do coração.
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